domingo, 12 de fevereiro de 2012
Parafraseando: (Metade - Oswaldo Montenegro)
[...] Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
[...] Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
[...] Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza;
[...] Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
[...] Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
[...] Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
[...] Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável;
[...] Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância;
[...] Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito;
[...] Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão;
[...] Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei;
[...] Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço;
[...] Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo;
[...] Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade;
[...] Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio;
[...] Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.
Um dia sem texto e sem contexto
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