No dia 2 de Julho de 2010, foram silenciadas cento e noventa milhões de vuvuzelas, 190 milhões de corações bateram apertados, 190 milhões de vozes se calaram.
Buscamos um culpado, alguém a qual possamos atirar nossas pedras de decepção. Mas Será que o culpado não somos nós? Será que estamos tão acostumados a vencer no futebol, que quando acabamos sendo eliminados nos vêm um sentimento inexplicável de tristeza. Porque não fazemos como outras nações que entram numa Copa não buscando o título, muitas se conseguiram passar da primeira fase e fazem festa dignas de campeões para recepcionar seus heróis eliminados. Como será nossa recepção para os nossos heróis eliminados?
Estamos tristes, uma nação inteira chora por causa de uma eliminação dita precoce. Somos pentacampeões de futebol, líder no ranking da Fifa. O país do futebol, exportamos craques como quem exporta soja ou qualquer outro produto.
Somos o fruto de uma história repleta de glórias e conquistas. História essa que teve inicio em 1958, naqueles humilhantes 5 X 2 em cima da anfitriã Suécia, com lances antológicos do jovem e desconhecido Pelé. Tudo muito belo, tudo memorável, inesquecível.
Hoje, estou envergonhado e muito mais triste, do que quando o Brasil foi eliminado pela Holanda. Sai da minha ignorância para um momento de luz e percebi que o meu país, país que amo com todas minhas forças está um caos.
Nosso IDH, não passa dos míseros 0,699. Ocupamos o modesto 73º lugar no ranking mundial. Estamos atrás de países como o Irã, como a Macedônia. Não estou querendo desmerecer esses países, mas o Brasil tão grande, tão “rico”, não sabe cuidar direito do seu povo.
Desculpem- àqueles que são apaixonados por futebol assim como eu sou, mas daria todos os nossos títulos mundiais, todos os 5. Daria todas as outras inúmeras conquistas que temos no esporte pra não precisar mais ver uma pessoa esmolando o dia todo debaixo do sol forte pra conseguir comer no final do dia. Daria toda a glória aclamada pelo mundo que se dobra diante de nós quando falamos em futebol, pra não precisar ler no jornal notícias sobre milhões de jovens que morrem no trânsito por causa da bebida alcoólica.
Enfim: “Daria tudo que sei, pela metade que ignoro”. (Descartes)
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